terça-feira, 19 de julho de 2011

Mantovani espera definição de Zanella e se diz preparado para disputar a prefeitura

Confira a entrevista concedida pelo vereador José Rodolfo Mantovani (PP), ao jornalista Salus Loch e publicada na última edição do Jornal Boa Vista:

Aos 50 anos, o vereador José Rodolfo Mantovani (PP) caminha para a reta final de seu 1º mandato no legislativo erechinense. Decidido, o ‘fiscal mor’ do executivo no parlamento trabalha para se constituir como a alternativa do Partido Progressista nas eleições de 2012 caso Eloi João Zanella opte – de fato – por cuidar dos netos e da vida quando janeiro de 2013 chegar.
Na entrevista que segue, o futuro bacharel em Direito pela URI de Erechim nega flertar com o PMDB, crava que a eleição do ano que vem terá, num contexto de três candidaturas, a ética como fator decisivo e afasta mal-estar com o colega Marcelo Demoliner.

Depois de oito anos na condição de secretário municipal, nas pastas da Fazenda e de Desenvolvimento Econômico do governo Zanella, o Sr. atua há 2 anos e meio como vereador eleito. O que lhe satisfaz mais?
Mantovani – O executivo. A possibilidade de agir diretamente na construção da solução de problemas e execução de projetos. Isso só é possível quando você integra o poder executivo. Na Câmara de Vereadores, ficamos limitados ao debate, análise e a fiscalização dos atos do governo, o que entendo ser a principal atribuição do parlamentar, garantida constitucionalmente.

Na semana passada, escrevi que o Sr. tem sido o principal vereador de oposição ao governo; especialmente do governo petista – deixando, por vezes, o PMDB de lado em suas críticas. O Sr. concorda?
Mantovani – Não necessariamente. Tenho pautado meu trabalho principalmente pela análise e fiscalização da aplicação do dinheiro público, e o faço de forma apartidária – apontando os problemas onde eles de fato acontecem. Se frequentemente envolvem membros do governo ligados ao PT, não é de minha responsabilidade. Por exemplo, tenho debatido desde 2010 as questões ligadas ao lixo, inclusive realizamos audiência pública sobre o tema convidando o secretário da pasta, que é do PMDB.

Mesmo que o Sr. reforce sua isenção na cobrança das ações do governo, qualquer coincidência com um eventual flerte político seu dirigido ao PMDB seria surreal?
Mantovani – Não existe flerte político deste vereador com o PMDB, nem com qualquer partido em atividade em Erechim. Estas questões partidárias devem e serão certamente tratadas no momento oportuno por quem de direito, a executiva do partido.

Recentemente, porém, em visita à redação do jornal Boa Vista, o Sr. afirmou que o PMDB só não será prefeito de Erechim em 2013 se não quiser. O que o Sr. quis dizer com aquilo?
Mantovani – Quis dizer que nos quadros do PMDB existem nomes de qualidade e que podem sem dúvida compor num projeto de governo.
E no PP, não haveria nomes à majoritária?
Mantovani – Certamente existem inúmeros bons candidatos no PP, em especial, nossa liderança política máxima Eloi João Zanella.

O PP caminha para definir seu rumo na eleição de 2012. Numa pré-lista de candidatáveis à majoritária, há quem entenda que seu nome estaria logo abaixo do sempre lembrado Eloi Zanella. Que caminho o PP deve tomar no ano que vem? Esperar por Zanella – que diz não ter intenção de concorrer, ou construir desde já uma alternativa?
Mantovani – Fico grato de ser lembrado como alternativa ao ex-prefeito Zanella. Mas, reitero meu posicionamento que é o de trabalhar em conjunto com o PP, e meus companheiros. Se necessário, porém, certamente serei uma alternativa do partido. Venho me dedicando a bem representar a confiança que mereci de meus companheiros. Com relação ao caminho do PP, entendo que em breve o partido deva se definir e se preparar enquanto agremiação para chegarmos à eleição organizados e com candidaturas postas.

Hoje, o quadro de eventuais coligações e aproximações para o PP, e os demais partidos de oposição, não está muito claro. O Sr. imagina que os progressistas possam repetir a dobradinha com o PTB, ou seria interessante buscar outro parceiro?
Manotvani – O PP tanto pode repetir a dobradinha vitoriosa com o PTB, quanto buscar novos parceiros que coadunem do modo progressista de fazer gestão pública.
Que modo seria esse?
Mantovani – Fazer gestão pública com eficiência e eficácia, buscando a boa aplicação dos recursos públicos atendendo as reais necessidades da comunidade erechinense.

O que o Sr. imagina que o eleitor erechinense irá esperar, ou quiçá, buscar no próximo prefeito?
Mantovani – Legalidade, impessoalidade, moralidade, probidade e eficiência, entre outros princípios básicos da gestão pública.
Isso significa dizer que conceitos morais falarão mais alto do que obras e realizações?
Mantovani – Significa dizer que o povo brasileiro, não diferente do erechinense, está carente e ansioso por gestores públicos que respeitem os princípios básicos da administração pública citados anteriormente.
Em seu ponto de vista, o prefeito Polis reúne estes atributos?
Mantovani – Esta avaliação será feita pelo eleitor, no momento oportuno.

Caso a ‘alternativa Mantovani’ não vingue na majoritária, o Sr. – embora diga que prefere o executivo – concorreria mais uma vez ao legislativo, em 2012?
Mantovani – Tenho consciência de minha responsabilidade para com o partido que me oportunizou chegar à Câmara de Vereadores. Não vou me furtar de contribuir, se necessário for.

Acredito que sua eventual contribuição será muito necessária. Afinal, o PP está encontrando dificuldades em angariar candidatos ao legislativo. Pior; perdeu 4 de seus suplentes em 2008. O que fazer?
Mantovani – Essa dificuldade é comum a todos os partidos. Em regra, temos em todas as agremiações bons nomes para concorrer, que qualificariam não só a atividade política, quanto o parlamento. Mas, infelizmente, nem sempre estes aceitam concorrer. O nosso Solani Rigo e sua equipe estão trabalhando junto às bases do partido buscando, através de reuniões semanais, nomes que representem nosso ideal, que é fazer a boa política.

Hoje já seria prudente convidar o Sr. e seu companheiro de partido, Marcelo Demoliner, para um jantar à mesma mesa?
Mantovani – Nunca houve este impedimento. Meu colega vereador Marcelo tem de minha parte o respeito e a admiração pelo trabalho feito em prol do município de Erechim.
Não consigo entender, então, por que a celeuma chegou à imprensa dando conta de que os Srs. caminhavam juntos, mas separados...
Mantovani – Somos hoje os dois legítimos representantes eleitos do Partido Progressista em Erechim. Temos interesses comuns, que são a consolidação do PP e de nossa forma de fazer política. Entretanto, numa saudável democracia nem sempre pensamos de forma igual. É natural que em determinados momentos pensemos diferente. Isto contribui para o fortalecimento da sigla.

Para encerrar, o Sr. acredita que a eleição de 2012 à prefeitura de Erechim terá quantos candidatos?
Mantovani – Por convicção pessoal, acredito em três candidaturas.
Convicção ou informação?
Mantovani – Convicção, embasada no histórico político de nossa cidade.

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