Pagando uma dívida antiga do município de Erechim e resgatando um pouco da história de um dos homens que, além de pioneiro desta terra, foi um dos grandes responsáveis pela riqueza e desenvolvimento local e regional, a Câmara Municipal de Vereadores aprovou o Projeto de Lei Legislativo, de autoria de Mantovani (PP), que denomina artéria do município de Giácomo Madalozzo –Pioneiro e Industrialista. A mesma localiza na fase IV do Distrito Industrial.
Descendente da família de Gaspar Madalozzo, da Província de Vicenza, distrito de Sismon, Itália, que emigrou para o Brasil no ano de 1893 e estabeleceu-se numa colônia próxima a cidade de Caxias do Sul, Giácomo nasceu em 14 de março de 1901 no município de Guaporé. Sua mãe, Ana Fuga Madalozzo.
Ainda jovem, no município de Antônio Prado, casa-se com Barbarina Bogoni em 1924, união que lhes deu 12 filhos. Em 25, acompanhado pela esposa, muda-se para Boa Vista do Erechim e dedica-se à construção de casas. Em parceria com Alberto Parenti erguem a casa do professor Mantovani.
Em 26, na sua terceira empresa, fabrica móveis, o que lhe rendeu a fama de artista na fabricação de móveis finos. Época em que inicia a compra de maquinários e equipamentos, saía do trabalho manual para o mecanizado. Em 29 a empresa passa a se chamar Madalozzo & Sartori com o lema “Honestidade e Pontualidade”. Em 33, com a fábrica quatro vezes maior, abre um depósito de móveis no centro da cidade. Também recebe o diploma de Guarda-Livros. Na época moravam com ele cerca de 30 pessoas.
Em sua caminhada como empreendedor, no ano de 1937 adquire 42 colônias e instala três serrarias em Videira. Entre 39 e 40 amplia a G. Madalozzo e Cia e em 41 vence a concorrência para a construção do Hospital de Caridade e, após, forma sociedade para a construção do Santa Terezinha.
Em 43 adquire 80 colônias de terra com 50 mil pinheiros em Ponte Serrada e instala mais duas serrarias. Forneciam moveis e esquadrias em quase todo o Estado e parte de Santa Catarina. Tinham depósitos em Passo Fundo, Bagé, São Gabriel, Livramento e Santa Maria, Joaçada entre outros. Eram 85 sócios.
A fábrica, antes de madeira, é trocada pela alvenaria e contava com 200 colaboradores. Nesta caminhada também abre mais o leque de atuação, sendo nomeados agentes exclusivos Dodge com sede em Erechim e filiais em Getúlio Vargas, Lagoa Vermelha, Marcelino Ramos e Porto Alegre.
Em 46 sua saúde dá sinais que merecia cuidados. Em 47 realiza cirurgia de uma úlcera. Em 50 viaja para Montevidéu para realizar exames mais especializados, época em que passa a pensar mais da saúde e o convívio com a sua família.
“O capital estava espalhado em diversos lugares e segmentos, pois Giácomo sempre pensou que, faltando um setor, o outro não falha. No dia 11 de março de 51 desliga-se da firma após 25 anos de serviços ininterruptos como diretor-presidente. Época em que compra seu primeiro automóvel e dirige pela primeira vez em sua vida. Em 52 volta a pensar nos negócios e inicia o desbravamento do estado do Paraná com a construção de moradias, armazéns secos e molhados e o plantio de 50 mil pés de café”, destaca Mantovani.
Em 54 regressa para Erechim e inicia uma nova vida ao lado da esposa e dos filhos. “Época em que começam as nascer os netos, trazendo grande alegria à família. Ficou hospitalizado em sua casa por muitos meses. Estava sendo tratado de uma angina no peito. Sua vida, entre 62 a 64 foi de um verdadeiro martírio. Em 20 de dezembro de 64, o fim de uma missão, de uma caminhada, de uma etapa. Erechim perde um líder e empreendedor. Giácomo morre deixando um legado incontestável de realizações em prol do nosso Erechim”.
“É preciso reconhecer os elevados valores deste homem, que deixou sua terra natal em busca de dias melhores, com sacrifício e desmedidos esforços enfrentou as agruras da antiga Boa Vista do Erechim, e venceu as dificuldades, demonstrando seu caráter e amor à Pátria, a família e ao município que escolheu para viver”, finalizou o vereador.
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