quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sessão dos 135 anos da Imigração Italiana lota o 25 de Julho

A Sessão Solene em homenagem aos 135 anos da Imigração Italiana no Estado do Rio Grande do Sul (20 de maio de 1875), ocorrida na noite do último dia 19, através da proposição do vereador orador e presidente do Poder Legislativo, José Rodolfo Mantovani (PP), praticamente lotou as dependências do Centro Cultural 25 de Julho, com a presença de representantes das mais diversas associações italianas de Erechim e Alto Uruguai, autoridades, convidados e alunos da Escola Imlau.
A solenidade teve a participação da Fainors e Comvers, através de seu presidente Luiz Piazzetta e Idarci Pavan, representante consular da Itália em Erechim e região.
“Todos nós somos descendentes, distantes ou proximamente, do homem de além mar. Por isso, todos temos, no âmago de nosso ser, um carinho especial e respeitoso pelos que nos antecederam. Por aqueles desbravadores fortes e corajosos que, enfrentando mil peripécias, aqui forjaram comunidades prósperas e de futuro”.
Com este trecho do livro “Vozes – Sentimentos Construções, Colonização Italiana no Alto Uruguai Gaúcho”, da historiadora Neusa Cidade Garcez, Mantovani deu início a solenidade.
“A saga da imigração, com todos os seus momentos épicos de luta e de esperança, para encontrar uma nova terra, oportunidade de trabalho e vida, saindo da distante Itália para a desconhecida América, descreve páginas iluminadas na história deste município, Estado e do Brasil. Prestamos essa homenagem e esse reconhecimento, aos 135 anos da Imigração Italiana e, associa-se, à Câmara Municipal, às inúmeras iniciativas que estão sendo coordenadas nesse sentido, conjugando ações do Poder Público, das entidades e das sociedades que congregam descendentes de imigrantes italianos”.
Mantovani lembrou que a Itália, depois de um longo período de mais de 20 anos de lutas para a unificação do País, sua população, particularmente a rural e mais pobre, tinha dificuldade de sobreviver. Nestas condições a imigração era não só estimulada pelo governo, mas uma solução de sobrevivência para as famílias. Portanto, saíram da Itália cerca de sete milhões de italianos entre os anos de 1860 e 1920. Na maioria, partiam do Porto de Gênova com destino ao Rio de Janeiro e Santos. “E os imigrantes, repletos de esperança, de Far La Mérica”.
No Brasil, na sua quase totalidade, desembarcavam na Ilha das Flores, no Rio de Janeiro para a quarentena na “Casa dos Imigrantes”, ou para o remanejo dos grupos, seguindo depois, em direção à Província à que era destinado.
“Nossos antepassados chegaram aqui italianos, e fizeram-se brasileiros, mas tornaram este Sul do Brasil um pouco mais italiano. Aqui realizou-se um dos processos de integração ética e cultural mais extraordinários do mundo contemporâneo. A mais bela e bem sucedida distribuição de terras pagas, base para novas expansões da história recente da humanidade”.
Mantovani destacou que a história de nosso País tem-nos ensinado, e aos nossos filhos, uma pungente e inesquecível lição. Os imigrantes italianos vieram para as terras brasileiras e gaúchas, como novos descobridores. “Aqui chegaram movidos por um impulso de coragem e uma escolha vital, o sonho do novo mundo, e este correspondeu-lhes, apesar dos sacrifícios, das privações e das incertezas pelas quais passaram para desbravá-lo e torná-lo um lugar humano, onde pudessem realizar os mais puros anseios de liberdade, independência econômica e dignidade humana”.
“Estes 135 anos remetem-nos às mais diversas formas de como os 100 mil italianos da imigração responderam aos desafios do País e do Estado por meio da agricultura, artesanato, indústria, comércio, cultura e de tantas outras atividades. Ao voltarmos o nosso olhar sobre esses 135 anos, veremos o extraordinário milagre da transformação e da integração das paisagens humanas, sócio-econômicas e culturais, obra da colonização italiana em nosso Estado”.
Luiz Piazzetta, presidente da Fainors e Comvers destacou as novas gerações como parte da história dos 135 anos da chegada dos primeiros imigrantes no dia 20 de maio de 1875.
“Uma nova Pátria para viverem e construírem seus lares, pois partiram com determinação, fé e esperança em navios de péssima qualidade. Um gesto de libertação do sistema vivido na Itália, abrindo as portas da esperança. Um verdadeiro êxodo para época, igualmente a fuga do povo judeu do antigo Egito. Uma imigração desordenada e nada generosa para os imigrantes que saíram atrás de uma oportunidade, pão na mesa e um teto para morar. Serem donos de terras para trabalhar”.
Idarci Pavan, agente Consular da Itália, que também fez a entrega do passaporte de Cidadão Italiano ao presidente do Poder Legislativo, José Rodolfo Mantovani, também ressaltou que os imigrantes chegaram em solo brasileiro e passaram a organizar as suas vidas com uma inabalada fé em Deus e vontade de trabalho. “No Algo Uruguai, desenvolveram a região e transformaram o Erechim que hoje vemos”.
Na Sessão, além da entrega das placas de Menção Honrosa pelo Poder Legislativo à Comvers/Fainors e ao Consulado da Itália, os presentes também puderam apreciar a voz da cantora lírica Yáskara Speracke, que encantou a todos pela apresentação.

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