segunda-feira, 10 de maio de 2010

Libras: Audiência Pública define alternativas para a falta de intérpretes

Tendo como palco o Plenário da Câmara Municipal, com a presença de alunos da Escola José Bonifácio, alunos da APADA, pais e docentes, a Audiência Pública, ocorrida na noite desta quinta, 06, definiu algumas alternativas para a falta de professores capacitados que atuam como intérpretes junto a escolas na formação dos alunos com deficiência auditiva (AD).
A abertura dos trabalhos foi feita pelo presidente da Casa, vereador José Rodolfo Mantovani (PP), que propôs a sua realização. Na Mesa de Trabalhos, Edir Goelzer pelo COMDICAE, Gladstone Dassoler da 15 CRE, Anacleto Zanella da Pasta de Educação e Nadir Pereira da Silva, presidente da APADA.
Também presentes, a professora Denise Sponchiado da URI, Luiz Carlos dos Santos e Luciano dos Santos do SENAC, Paulo Bittencourt da Universidade Federal e Carmem Elisabeth Oliveira, representando a Universidade Federal e a APADA.
Na abertura dos trabalhos, Mantovani destacou o papel do Poder Legislativo em participar dos problemas que a comunidade vive e participa, estar inserido na construção de soluções através da integração social, de ouvir quem conhece os assuntos.
Em sua manifestação, momento em que traçou a pauta de reivindicações, Nadir Pereira lembrou que o surdo existe, e quer ser parte integrante da sua sociedade e, para tanto, é necessário que se dê resposta a esta minoria, buscando auxílio das autoridades com pessoas ligadas ao assunto. “A responsabilidade de formar professores não é da APADA. Temos que dar todas as condições para que os nossos surdos cheguem ao mercado de trabalho com igualdade que só a sociedade pode dar a eles”.
Destacou a urgência de medidas, lembrando os três alunos que hoje estão no José Bonifácio e estariam na “UTI”, conforme definiu, pois a escola está sem intérprete, o que está atrasando o seu rendimento escolar e realização das provas. “Que se apresente uma proposta para a realização de curso de capacitação de intérprete, que aja a possibilidade do município subsidiar a sua realização”. O curso teria um custo de R$ 30 mil.
Após, a professora Carmem manifestou-se sobre o papel do intérprete e a sua origem há muitos anos atrás na busca de direitos iguais perante a sociedade, destacando que é urgente a realização de um curso de formação.
Dando a sua resposta aos anseios do debate, Gladstone garantiu que tem se dedicado à causa para auxiliar os alunos com DA, lembrando que no ano passado ocorreu a aprovação de um portador de Deficiência Auditiva em primeiro lugar no vestibular de Pedagogia.
“Iremos contratar uma professora para dar aula de imediato. A didática da linguagem de libras é complicada, daí a sua complexidade e aptidão por parte do profissional capacitado”. Para sanar o problema do JB, garantiu que uma professora que está no Santo Agostinho será locada para o José Bonifácio e atender a urgente necessidade, isto já a partir desta segunda, 10.
O secretário da Pasta da Educação, Anacleto Zanella deixou claro que só existe um caminho a seguir, o da inclusão. “Criar as condições para incluir todas as pessoas com ou sem deficiência. Temos um problema no JB e vamos encontrar uma solução. Avançar na formação de professores na área de Libras, preparar espaços na cidade para incluir a todos”.
Denise Sponchiado, da Universidade Regional Integrada, trouxe uma proposta de trabalho, através da realização de um curso de capacitação, habilitando professores para tradução de Libras e português, formar, desta forma, profissionais de educação à comunidade surda.
Também se manifestaram Paulo Bittencourt da UFFS, onde destacou que a universidade estará abrindo vagas para cinco docentes em Libras, e os representantes do SENAC, oportunidade em que garantiram o interesse para prestar o curso, visto que já possuem projetos direcionados nesta área.
Edir Goelzer, do COMDICAE disse estar satisfeita com as propostas, mas que haverá, através de sua instituição, uma cobrança efetiva das entidades que se propuseram a auxiliar. “Temos que trabalhar em benefício dos necessitados de todas as áreas”.
Usando a palavra, Mantovani sugeriu para que a professora Carmem, hoje funcionária da UFFS, fosse cedida para o Estado para que viesse a colaborar na solução do problema mais urgente. “Se a UFFS veio para se integrar ao município e região, que se insira neste processo. Temos que eleger as prioridades e soluções das dificuldades vividas no momento. Estamos satisfeitos por ver surgir uma luz no final do túnel”, finalizou.

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